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Stallone orientando Travolta em "Os Embalos de Sábado Continuam" |
Falam
que é ruim, mas não é para tanto. Apesar de ser um dos 10 maiores
filmes de sucesso de 1983, “Os Embalos de Sábado Continuam”
(Staying
Alive,
1983, EUA) foi massacrado pela crítica e pelo público, mas hoje
não parece ser tão ruim assim. Retratando a vida de Tony Manero
(John Travolta, nunca tão em forma) cinco anos depois de “Os
Embalos de Sábado a Noite” (Saturday Night Fever, 1977, EUA) e sua
luta para se tornar um bailarino da Broadway
em
meio de suas confusões amorosas com Jackie (Cynthia Rhodes,
cantora de um sucesso só), uma cantora e aspirante a dançarina que
apoia Tony em todos os momentos e Laura (Finola Hughes),
uma charmosa bailarina de sucesso que possui o que quer e aque
balança o mundo do pobre Manero.
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Travolta em "Os Embalos de Sábado a Noite" |
John
Travolta foi o grande galã dos anos 70, uma verdadeira febre entre
as jovens, mas viu sua carreira esfriar no início da década de 80,
apesar do sucesso de bilheteria “Cowboy do Asfalto” (Urban
Cowboy, 1980, EUA) e de uma ótima atuação em “Um Tiro na Noite”
(Blow Out, 1982, EUA), hoje um cult,
dirigido por Brian De Palma. E talvez “Staying
Alive”
foi a pá de cal que derrubou a carreira de Travolta até 1994,
quando mais velho e acima do peso, interpretou Vincent Vega no aclamado “Pulp Fiction”. Seu
retorno como Tony Manero não é ruim, pelo contrário, mostra as
mudanças que o personagem passou no período entre os dois filmes.
Talvez um dos erros seja a direção de Sylvester “Sly”
Stallone, escolhido por Travolta e pelo produtor Robert Stigwood, que
não soube dirigir e nem filmar as sequências de dança, sua
insistência em colocar o irmão Frank Stallone como coadjuvante e as
duas atrizes principais que nunca convencem. Mas talvez o grande
problema dessa continuação seja o impacto que o filme anterior
teve. Toda uma geração se vestiu e dançou os passos de Tony
Manero, além disso, “Os Embalos de Sábado a Noite” retrata
conflitos que quase todos os jovens passam, além de ser um símbolo
de uma era, como “Juventude Transviada” foi nos anos 50 e 'Sem
Destino” na década seguinte. A grande verdade é que só
aspirantes a dançarinos se interessam pela história de alguém que
quer fazer sucesso na Broadway e a partir do momento em que “Staying
Alive” deixa de fora o lado urbano do filme original, fica difícil
do espectador se identificar.
Se
você não viu, vale a pena assistir para conferir a ponta do futuro astro
Patrick Swayze e também a cena onde Travolta esbarra com Stallone na rua, além da ótima música dos Bee Gees (é, eles não escaparam dessa
fria). Apesar de ser um embalo frustrado, é uma ótima companhia
para um sábado a noite.