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| Capa de "Caliente!", disco que contém Europa |
O jazz, desde sua criação, sempre foi uma música sensual. Mas ela extrapolou o limite do sensual para o sexual através do saxofone do argentino Gato Barbieri. Sua latinidade era uma pimenta na música, aquele tempero que só acrescenta. Gato criou a icônica e sufocante trilha sonora de O Último Tango em Paris, o sexy clássico estrelado por Marlon Brando e Maria Maria Schneider. Bernardo Bertolucci, o diretor do filme, já havia contratado Astor Piazzolla para escrever a música de O Último Tango, mas decidiu de última hora que o saxofone de Barbieri passava uma sensação mais sensual e o acordeom de Piazzolla foi deixado de lado. Bertolucci estava certo. O dueto instrumental "Europa" , parceria de Gato com Carlos Santana, também é uma coisa sublime, daqueles momentos em que a música chega próximo de uma energia superior, algo maior que a alma. Vale sempre a pena ouvir. Gato Barbieri morreu ontem em Nova York. Estava com pneumonia. Já a sexualidade de seu sax latino, bem, durará para sempre.
