Tolos no amor. Eles são tão recorrentes, seja em canções, poesias, romances ou numa péssima novela da televisão. Tolos no amor são vistos em cada esquina, no bar que você bebe a fiado, no supermercado, abastecendo as gôndolas de frutas. Tolos apaixonados estão em todos os cantos, em todas as cidades, talvez até esteja no seu quarto. Às vezes, pela manhã, você veja um deles no espelho ou lá, esquecido no porta-retrato. Não é só em Paris que um bêbado se ajoelha pra sua puta preferida e implora o amor. Não é só na igreja que existem pessoas fazendo promessas pra São Judas Tadeu dar uma forcinha pro coração. Num desses aplicativos de paquera, bem na tela do seu celular, um deles vai estar lá. Até Sam Shepard, um tremendo dramaturgo e poeta, com grandes conquistas, é um tolo no amor e escreveu sobre isso. Olhe em sua baia do escritório e verá pelo menos cinco deles - esse termo baia é tão animal. Mas não vamos perder o foco, afinal, estou disposto a me ajoelhar em sua frente, implorar, chorar, me descabelar, andar pelado no Viaduto do Chá na madrugada, e tudo isso só por uma razão: sou um tolo no amor, como todos os outros, como todos os humanos, e estou aqui somente pra te amar. Seja por míseros minutos na cama de um quarto sujo em um hotel nas redondezas da Amaral Gurgel, onde minha forma de amar sexual encontrará o seu corpo nu e branco, seja em sua cama, onde os gatos soltam pelos durante o sono interminável da tarde. E estou disposto a fazer isso horas e horas, dias e dias, meses e meses, anos e anos. Que banal e repetitivo eu sou. Mas me perdoe, sou apenas mais um tolo no amor.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Uma simples guinada do destino
Muitos diriam que em música de Bob Dylan não se mexe. Talvez estejam certos, mas Brian Ferry, o autor e interprete da clássica balada de motel brega-romântica "Slave to Love" e ex-vocalista da sensacional Roxy Music, revisitou algumas músicas de Dylan em seu " Dylanesque". Por incrível que pareça, no caso de Simple Twist Of Fate, Ferry conseguiu superar a versão original, dando um calor a mais para a canção - que é uma das mais simples e belas de Bob Dylan. Se não acredita nisso, escute nessa versão ao vivo maravilhosa (a letra está logo abaixo):
Sentaram-se os dois no parque um dia
Enquanto o céu da tarde escurecia,
Ela o olhou, e ele sentiu que o consumia
Uma chama - até os ossos.
Sentiu-se então só e com remorsos
Por ter cometido tanto desatino
E esperou por uma simples guinada do destino.
Caminharam ao longo de um velho canal
Um pouco confusos, eu bem me lembro
E pararam num hotel estranho com uma luz de neon a brilhar.
Ele sentiu o calor da noite atingi-lo como um trem de carga
Se movendo com uma simples guinada do destino.
Um saxofone ao longe, tocou
Enquanto ela, pela arcada, caminhou.
Enquanto a luz, por um candeeiro surrado, jorrou
Onde ele estava acordando,
Ela acabou então jogando uma moeda ao cego no portão
E esqueceu a guinada do destino, então.
Ele acordou, o quarto estava vazio
Ele a procurou, mas em lugar algum a viu.
Pensou que não se importava e abriu a janela de par em par,
Sentiu um vazio nuclear com o qual não podia se relacionar
Trazido por um simples, porém fatal guinar.
Agora só ouve relógios a tiquetaquear
E anda com um papagaio que sabe falar,
Persegue-a pelas docas - à beira mar
Onde marinheiros descem do convés.
Talvez ela o escolha uma outra vez.
Mas, quanto tempo terá que esperar
Mais uma vez, para seu destino mudar?
As pessoas me dizem que é pecado
Saber e sentir de modo exagerado.
Que ela era minha alma gêmea, tenho acreditado, mas, perdi essa aliança e a era.
Ela nasceu na primavera, mas, eu nasci tarde demais
Culpem-se estas simples guinadas do destino.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Tese negativa sobre os nossos dias
Atiraram no comitê político de um candidato outro dia.
Deram quatro tiros e se mandaram.
A polícia arrancou o olho de uma menina em um protesto.
“Tudo pela ordem e progresso”, eles dizem.
Num bar, em uma tarde tranquila,
Um homem que matou sua mulher e filha atira pra matar.
Nas docas eles resolveram parar de trabalhar.
Cada dia tá mais agoniante.
Não há nenhuma alegria no ar.
Violência sem caos vira terror na palavra dos aproveitadores.
Eles são fascistas e estupradores, mas na mídia, são homens de família.
Enquanto isso o mendigo compra crack em uma esquina esquecida.
Mas ele é um problema da guerra contra as drogas e a saúde dele pouco importa.
Vivemos em dias terríveis, dias maldosos,
Em ruas que pegam fogo em plena luz do dia.
O trânsito caótico faturou suas vítimas de hoje.
Mas vão aumentar a velocidade permitida.
Pra eles é melhor viver no caos, o sangue e a agonia.
A guerra gera mais dinheiro que um povo consumista.
Um homem pobre doou seu carro a um pastor hoje.
Ele quer ir pro céu e pra isso é necessário deixar a igreja mais rica.
Na TV o apresentador gera fúria e confusão.
É sempre mais fácil enganar pra faturar mais algum milhão.
Mas em outro canal te vendem a glória do amor.
Que sem ele a vida é banal, um verdadeiro horror.
Mas tudo é uma ilusão e a TV serve pra isso.
Num ônibus, uma velha pedinte diz que ganhou no bingo.
Por dia ela fatura mais do que você no seu trabalho que sempre foi um lixo.
Mas a vida não é justa, nunca foi.
E por mais positivo que você seja, a realidade sempre vai vir cair sobre as nossas cabeças.
E ela será cruel, impiedosa, como a mão que te afaga e depois te dá um tapa.
Reflexo de tempos mesquinhos, mas agora já é tarde.
É melhor sair andando, já que a noite vai ter maldade.
Deram quatro tiros e se mandaram.
A polícia arrancou o olho de uma menina em um protesto.
“Tudo pela ordem e progresso”, eles dizem.
Num bar, em uma tarde tranquila,
Um homem que matou sua mulher e filha atira pra matar.
Nas docas eles resolveram parar de trabalhar.
Cada dia tá mais agoniante.
Não há nenhuma alegria no ar.
Violência sem caos vira terror na palavra dos aproveitadores.
Eles são fascistas e estupradores, mas na mídia, são homens de família.
Enquanto isso o mendigo compra crack em uma esquina esquecida.
Mas ele é um problema da guerra contra as drogas e a saúde dele pouco importa.
Vivemos em dias terríveis, dias maldosos,
Em ruas que pegam fogo em plena luz do dia.
O trânsito caótico faturou suas vítimas de hoje.
Mas vão aumentar a velocidade permitida.
Pra eles é melhor viver no caos, o sangue e a agonia.
A guerra gera mais dinheiro que um povo consumista.
Um homem pobre doou seu carro a um pastor hoje.
Ele quer ir pro céu e pra isso é necessário deixar a igreja mais rica.
Na TV o apresentador gera fúria e confusão.
É sempre mais fácil enganar pra faturar mais algum milhão.
Mas em outro canal te vendem a glória do amor.
Que sem ele a vida é banal, um verdadeiro horror.
Mas tudo é uma ilusão e a TV serve pra isso.
Num ônibus, uma velha pedinte diz que ganhou no bingo.
Por dia ela fatura mais do que você no seu trabalho que sempre foi um lixo.
Mas a vida não é justa, nunca foi.
E por mais positivo que você seja, a realidade sempre vai vir cair sobre as nossas cabeças.
E ela será cruel, impiedosa, como a mão que te afaga e depois te dá um tapa.
Reflexo de tempos mesquinhos, mas agora já é tarde.
É melhor sair andando, já que a noite vai ter maldade.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Domingo
Você desce do seu carro de uma forma tão cool
Tipo o Lou Reed com camisa preta e óculos escuros
tocando um rock básico, direto e intenso.
Suas pernas, longas por sinal, se mexem de forma tão incrível.
Na real, as ruas da cidade ficam pequenas pra você.
Talvez seja o jeito que você mexe a bunda enquanto anda.
Garota durona, mulher difícil, deusa dos sonhos juvenis.
Talvez Robert Crumb tenha te desenhado em algum quadrinho sujo.
Não poupe suas palavras e diga o que quiser; bobagens, de preferência
Componha um rock’n’roll, uma canção de amor, mas esqueça do final feliz.
Tô cansado desses caras que sempre falam do amor e da dor.
E você tá tão sexy, que nem precisa perder tempo com isso.
Tome algum drink, um gim e dance.
Dance até cansar, até o seu corpo ficar realmente solto.
Não se preocupe com o futuro, só pense no princípio.
“Princípio do quê?”, você deve estar se perguntando.
Tomara que seja do prazer, do êxtase e do ardor
Essa noite quero provar do teu ópio e me alucinar.
Talvez isso ocorra enquanto um coral de bêbados canta uma canção de ninar.
Mas, fingindo que mudo de assunto,
Há um jazz que toca dentro de mim enquanto você me agarra e ri.
Uma maldade cheia de charme, minha menina sacana.
Mas agora já vai chegando a hora de partir, já clareou lá fora.
Os pássaros nos observam através das frestas da persiana.
Temos que esvaziar o quarto, começar outra semana.
Mas, por mim, todos os dias poderiam ser intensos, deveriam ser quentes.
Quentes como são todos os meus domingos com você.
Que prazer!
Tipo o Lou Reed com camisa preta e óculos escuros
tocando um rock básico, direto e intenso.
Suas pernas, longas por sinal, se mexem de forma tão incrível.
Na real, as ruas da cidade ficam pequenas pra você.
Talvez seja o jeito que você mexe a bunda enquanto anda.
Garota durona, mulher difícil, deusa dos sonhos juvenis.
Talvez Robert Crumb tenha te desenhado em algum quadrinho sujo.
Não poupe suas palavras e diga o que quiser; bobagens, de preferência
Componha um rock’n’roll, uma canção de amor, mas esqueça do final feliz.
Tô cansado desses caras que sempre falam do amor e da dor.
E você tá tão sexy, que nem precisa perder tempo com isso.
Tome algum drink, um gim e dance.
Dance até cansar, até o seu corpo ficar realmente solto.
Não se preocupe com o futuro, só pense no princípio.
“Princípio do quê?”, você deve estar se perguntando.
Tomara que seja do prazer, do êxtase e do ardor
Essa noite quero provar do teu ópio e me alucinar.
Talvez isso ocorra enquanto um coral de bêbados canta uma canção de ninar.
Mas, fingindo que mudo de assunto,
Há um jazz que toca dentro de mim enquanto você me agarra e ri.
Uma maldade cheia de charme, minha menina sacana.
Mas agora já vai chegando a hora de partir, já clareou lá fora.
Os pássaros nos observam através das frestas da persiana.
Temos que esvaziar o quarto, começar outra semana.
Mas, por mim, todos os dias poderiam ser intensos, deveriam ser quentes.
Quentes como são todos os meus domingos com você.
Que prazer!
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domingo, 25 de setembro de 2016
Caras legais não são legais
Duas da manhã marcando no relógio
Um velho filme do Charles Bronson passa na TV
Ele atira nos bandidos com prazer.
É um fascista adorável.
Não consigo dormir.
Misturei muito uísque com cerveja
E fumei uns quatro maços de cigarro.
Dentro de mim há um caos
E isso, por enquanto, parece ser bom.
Ideias surgem na minha mente.
Penso no fato de ter fodido com tudo que fiz na vida.
Trabalho, mulheres, amigos.
Nunca fiz questão de ser um cara legal.
Não é bom ser um cara legal.
Caras legais são chatos.
Caras legais penteiam o cabelo.
Caras legais gostam de coisas burocráticas.
Caras legais não transam.
Caras legais fumam cigarro de filtro branco.
Caras legais andam com a camisa engomada.
Caras legais na verdade não são legais.
Deve ser chato pra caralho ser um cara legal.
Por isso é melhor seguir em frente.
Fodendo geral.
Assim como o Charles Bronson faz na TV
Sempre botando pra fuder.
Um velho filme do Charles Bronson passa na TV
Ele atira nos bandidos com prazer.
É um fascista adorável.
Não consigo dormir.
Misturei muito uísque com cerveja
E fumei uns quatro maços de cigarro.
Dentro de mim há um caos
E isso, por enquanto, parece ser bom.
Ideias surgem na minha mente.
Penso no fato de ter fodido com tudo que fiz na vida.
Trabalho, mulheres, amigos.
Nunca fiz questão de ser um cara legal.
Não é bom ser um cara legal.
Caras legais são chatos.
Caras legais penteiam o cabelo.
Caras legais gostam de coisas burocráticas.
Caras legais não transam.
Caras legais fumam cigarro de filtro branco.
Caras legais andam com a camisa engomada.
Caras legais na verdade não são legais.
Deve ser chato pra caralho ser um cara legal.
Por isso é melhor seguir em frente.
Fodendo geral.
Assim como o Charles Bronson faz na TV
Sempre botando pra fuder.
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terça-feira, 6 de setembro de 2016
Iodo
Eu precisei de você, sabia que corria o perigo
de perder o que costumava achar que era meu
Você me deixou te amar até que eu fracassasse
Você me deixou te amar até que eu fracassasse -
Tua beleza na minha ferida como iodo
Perguntei-lhe se um homem pode ser perdoado
E ainda que eu tenha fracassado no amor, isso foi um crime?
Você disse, Não se preocupe, não se preocupe, querido
Você disse, Não se preocupe, não se preocupe, querido
Há muitas formas de um homem servir ao seu tempo
Você tomou conta do lugar que não pude controlar
Não era escuro o suficiente para fechar meus olhos
Então, eu estava com você, ó doce compaixão
Sim, eu estava com você, ó doce compaixão
Compaixão com a picada de iodo
Seus beijos santos exalavam iodo
Sua fragrância tinha emanações de iodo
E se compadeceu na sala como iodo
Seus dedos noviços queimavam como iodo.
E toda a minha luxúria desenfreada era iodo
Minha falsa crença era iodo.
E em todo canto a chama de iodo.
(traduzido por Gabriel Caetano)
Enquanto você dorme
Vejo a tatuagem da suas costas.
Você dorme e, enquanto sonha, observo a suas marcas.
Foi uma noite mágica, apesar de pequenas mentiras.
De ambas as partes, que fique claro.
Estar dentro do seu corpo deveria ser um crime inafiançável.
Preciso de um bom advogado pra me libertar disso.
Talvez o Sr. Jack Daniel’s seja o homem perfeito para o serviço.
Encosto meus dedos levemente em você - não quero te acordar.
Sinto sua respiração enquanto seco o meu suor.
Filmo os seus seios com a minha pupila descarada.
Com a câmera na mão, fingindo ser Dib Lufti,
Faço do seu corpo Cinema Novo.
Dou um close-up no seu rio de prazer.
Quero descobrir em qual oceano ele vai desaguar.
Seus pés relaxam.
Suas pernas ficam dobradas de maneira suave.
E, sem eu perceber, você acorda.
Um sorriso frouxo nos lábios.
A preguiça e o prazer estampados na cara.
Acho que é a hora da próxima rodada.
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Fragmentos
Eu não quero um amor pra vida inteira.
Procuro apenas algo que preencha minha cama,
Minha alma, mas por uma noite.
Dono de uma vida tão fragmentada - apesar das poucas horas de sono.
Nunca vou estar satisfeito, essa é a verdade.
E às vezes dói - foda-se.
Eu vejo os olhares na rua e sinto algumas das fragrâncias.
Destruição e trevas nas avenidas.
E minha vida vai passando, em fragmentos.
Outra noite, outra cerveja - por favor.
Nada de carência - não perco tempo com isso.
Só quero saber se sua risada foi verdadeira.
Em um vagão qualquer do metrô,
Sei que vou sentir seu fogo - talvez até me queime.
Sinto a respiração ofegante que vem do meu lado.
É um cara sofrendo por um caso de amor mal acabado.
Sou um cara de sorte - é o que penso quando vejo ele abalado.
Nas escadas, encaro os rostos - sempre estou pronto pra alguma briga.
Mas, na verdade, sempre estou preparado mesmo é pra uma boa trepada.
No salão, entre a fumaça, reparo nos reflexos dos copos.
Todo o riso falso que o lugar exala aparece lá.
Corpos solitários buscando fugir daquilo que acham que é solidão.
Olhares tristes em um beijo sem tesão ao lado do extintor.
Na mesa de sinuca, uma garota de shorts dá sua melhor tacada.
Olha pro seu oponente, suspirando por uma noite fugaz.
Ele só se importa com o jogo - é um tremendo babaca.
Num canto discutem política e um filme de Paul Newman.
O cara quer impressionar uma garota, mas ele não sabe de nada.
Vejo olhos verdes perdidos em um lugar qualquer no canto do bar.
Vou até lá - sempre há uma oportunidade de ganhar.
Demonstro meu interesse com um sorriso no canto da cara.
Ela retribui com uma cruzada de pernas - e que pernas.
pegamos um táxi e fugimos do lugar.
Outro apartamento, outro quarto, mais uma noite.
Mas ela é tão linda quando está deitada.
Procuramos um carinho real - e ambos retribuímos.
A noite vai passando e discutimos sobre o mundo desleal em que vivemos.
Ela ascende um cigarro e o coloca em sua boca vermelha.
Por um momento é mais profundo que apenas sexo - eu realmente sinto sua alma.
Levantamos, tomamos um copo d’água.
E logo os raios solares surgem nos buracos da persiana.
E, novamente, como em todos os outros dias,
Voltamos para as nossas vidas fragmentadas.
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