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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Como uma daquelas velhas canções do Neil Young




Às vezes sentimos um frio dentro d’alma, sabe como é. Pensamos nos tempos, dias, meses, anos ou horas que perdemos por aí. Circulamos por aí, sem saber o que queremos, o que vamos encontrar. O que esperar do futuro? Uma incógnita ou alguma benção de um padre bêbado na madrugada, mais perdido do que você mesmo. Vivemos numa época difícil, dura, sem sentido. Temos voz, mas não sabemos quais palavras devemos usar. Nossa união não faz mais força alguma, pelo contrário, só causa destruição. Qual é o argumento que posso usar, o que posso te ofertar de bom de dentro de mim? Eu não sei. Quero somente poder deitar, olhar pro céu, ter uma pequena visão do paraíso. Lá deve ser igual a algumas músicas do Neil Young, com uma lua cheia onde podemos dançar. Um mundo livre. Entre a fogueira, vamos nos sentar, e vou ter a oportunidade de sentir a sua alma, ver se ela é igual a um vulcão. Pegarei minha guitarra, dedilharei algumas notas, só pra sentir o tempo passar.  Veremos cavalos loucos correndo pelos campos, enquanto Cadillacs quebrados ficam à deriva na estrada. O rock’ n’ roll não vai morrer, pelo menos enquanto os ventos na planície continuarem constantes. Será a minha oportunidade de observar o seu lindo cabelo loiro balançar. Acenderemos alguns cigarros, ficaremos fora toda semana, enquanto Marlon Brando e Pocahontas ficam conversando. Como uma vaqueira na areia, você comandará todo o lugar, afinal, sua beleza natural e seus gestos fortes bastará. Talvez haverá uma praia lá, um rio, onde sentiremos o cheiro da água doce. Mas enquanto a gente não consegue viver numa dessas canções do Neil Young, vamos continuar buscando o nosso coração de ouro.

POR GABRIEL CAETANO


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