Às vezes um vento frio bate em minha espinha
causa-me um arrepio, uma leve angustia e certa ansiedade
a sensação que algo vai se perder
finjo que não sei o que é isso, mas lá no interior,
em todo o meu sistema nervoso central,
é você, é você com uma Calibre 12 apontada no meu coração
é você a causa dessa sensação
mas nunca te tive, então não poderia te perder
imagino cada boca imunda que você beijou após me conhecer
cada mão engordurada que acariciou suas coxas em uma tarde cinzenta qualquer
e esse é o vento que bate em minha espinha
como uma chuva de ventiladores num dia quente de verão
com cada lâmina dilacerando meu rosto, me causando sufoco
Procuro fugir disso, corro para algum pântano gosmento
esperando a areia movediça puxar meus pés e todo resto do meu corpo
na minha mente, só um pensamento: será que vou te ver de novo?
Talvez seja delírio, coisas de um homem louco, esquecido pelas ruas, adentrando no lodo
mas acordo e é tudo um sonho
o vento bate em minha espinha novamente e não me trás nenhuma resposta
o despertador grita e sou obrigado a retomar a minha rotina
é hora de continuar tudo de novo
enquanto o vento frio continua gelando a minha espinha
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