Hoje a noite algo parou.
Meu coração disparou.
E nem sei o motivo.
O gosto da sua boca mudou
E em sua língua há espinhos.
Até ontem, baby blue,
andamos no mesmo caminho.
Mas algo passou em sua cabeça,
Um filme sem cor, uma flor sem cheiro,
o momento onde o amor
se transforma em desespero.
Nossos sentimentos,
nesse momento,
velejam para o Ártico.
Sou obrigado a ficar aqui parado,
com um choro contido,
no meio do nada,
procurando abrigo.
Mas você será forte,
como toda mulher é,
E enquanto sinto
meu coração em pedaços,
imerso na pieguice
de um peito enamorado,
Você segue em frente,
diz que é a sua chance de
recomeço.
Respiro, penso e sinto,
imagino nós dois na cama,
enquanto toco o seu quadril.
Logo depois, você acende
o último cigarro.
Me olha mais uma vez,
Sopra a fumaça e diz:
- Tchau, amor.
Abro os olhos.
Vejo que tudo não passou
de um delírio.
É melhor me esconder,
voltar a dormir
e chorar embaixo do cobertor,
enquanto acoberto a maldita
e hipócrita dor do amor.
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