Já não escrevem mais a mão
Não há sequer, no papel,
A marca do batom.
É tudo touch screen,
Basta apertar um botão,
Simples assim.
Cartas de amor,
Que costumavam ser bregas.
Ninguém escreve mais.
Ficam em bate papos infinitos,
Por meio de algum aplicativo,
Sem tempo pra sentir a saudade,
Apenas alguma instantânea felicidade,
Que maldade!
Os amantes, conectados a todo instante,
Não circulam mais pelas praças,
Muito menos sentam em bancos,
Estão sempre online,
Mas com almas desconectadas.
Até mesmo o clichê das mãos dadas
Naquele velho pálido luar
É uma água passada.
Troca de olhares em um balcão qualquer,
Enquanto a cerveja refresca o corpo suado,
Foram substituídas por um cardápio variado,
Onde a sorte conta um bocado.
Pra encontrar com quem se quer.
Hoje meus versos são digitais,
Minhas palavras universais.
E de alguma parte do mundo,
Um lugar globalizado e moribundo,
pós-moderno e após a bomba atômica,
Ainda insisto no verso e na prosa
Através da minha poesia eletrônica.
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