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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Mais um dia

Teorias da conspiração,
Como as de um filme do Oliver Stone,
Surgem nos pensamentos dela.
Não é fácil acordar às 4h,
Lavar o rosto, calçar os sapatos,
Engolir o café a seco e seguir a rotina.
Saber que enfrentará o assédio de diversos 
babacas, velhos pervertidos e de clientes chatos
Por mais um dia.
Muitas vezes, perdida em seus pensamentos,
Solta um sorriso bobo, vai a alguma nova dimensão,
Mas logo é obrigada a voltar a realidade,
Ao trabalho chato e medíocre,
Que ela sabe não estar a sua altura,
No telefone uma nova reclamação,
Os comandos de uma nova missão,
Algo que ela não ganha pra fazer.
Levanta pra tomar um café,
Não dá sorte, o idiota de outra área
Insiste em convidá-la pra sair.
Tudo que ela queria, nesse crucial momento,
Era sair de cena, deixar pra lá.
Talvez ter um coquetel molotov
Mas seria um absurdo, melhor voltar pro seu lugar.
E na mediocridade do seu dia,
O seu olhar encobre alguns de seus sonhos,
Um encontro comum na fila de uma padaria,
Uma risada sem graça acompanhada de
Um beijo na bochecha.
Papos filosóficos pela madrugada.
Talvez na próxima semana isso aconteça,
Depois da sessão de terapia da quinta.
Mas agora chegou a hora esperada,
Desliga o computador,
Passa o relatório pra estagiária.
Vai seguir sua vida,
Tomar um banho, se fechar no quarto 
Com algum escritor russo.
Depois precisa dormir,
Já que amanhã é mais um dia
De sua dolorosa rotina.

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