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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Pro universo

Você partiu na manhã de sábado.
Um sol escaldante pairava sobre o seu corpo.
Sua sombras brilhavam por toda rua.
Era proposital; era a última vez que te via.
Fizemos amor na noite anterior
E no calor do quarto, sufocava ao seu gemido.
Decibéis de prazer como trilha sonora
De uma noite de lua cheia próximo
A uma triste aurora.
Sabia que você ia embora,
Mas evitei qualquer assunto,
Queria evitar um clima de tensão,
Algum tipo de tristeza, sabe.
Me concentrei na safadeza,
Em todo o tesão.
E na natureza dos nossos corpos nus,
O meu desejo era que em seu sexo,
Uma chuva ácida, à lá Hiroshima e Nagasaki,
Surgisse do nada e me fizesse sentir.
Sentir todo o prazer que você me oferecia
Outra vez.
Não insisti pra você ficar,
Já que acredito que a vida são ciclos.
E apesar desse meu pensamento clichê,
Da poesia pobre de revista Amiga
E do meu espírito inconstante,
Achei que por um momento,
Algum instante,
Poderia te amar.
Mas não deu, foi mal,
Deixo você me odiar.
Às vezes acho que há um buraco no meu coração,
Um vazio pra preencher,
Aquele espaço pro rejunte,
Igual nos velhos azulejos azuis da cozinha.
E é melhor você partir,
Talvez você se assuste.
Mas honey darling,
Além da liberdade de ir,
Te dou a de voltar.
E, no momento certo, mesmo que seja no inferno,
Puxe uma cadeira, se aconchegue
E fique pra ficar.
Ou só respire mais um pouco,
Me deixe rouco e, no meu tempo,
Você pode me amar.

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