Raul Seixas no meio de Chuck Berry, Everly Brothers e Little Richard - Foto: Divulgação |
Ontem assisti ao documentário “Raul –
O Início, o Fim e o Meio” e achei válido como documento histórico, apesar
de não apresentar nenhuma novidade relativamente desconhecida pelo público.
Claro que tem seus méritos ao trazer uma rara entrevista com Paulo Coelho
falando de Raul, mas quem já leu ou ouviu constantemente a obra de “Raulzito”
já sabe de sua devida importância. O grande forte de “Raul – O Início, o Fim e
o Meio” é mostrar o vazio deixado pelo artista na música brasileira, que nunca
esteve tão bunda-mole e afônica.
Se Roberto Carlos é rei, Raul Seixas
é Deus, e, posso dizer isso sem dúvida alguma, é o único artista nacional que
está em nível de compatibilidade com Bach, Beethoven, Elvis, Chuck Berry e
Jerry Lee Lewis. Raul é a verdadeira “Música Popular Brasileira”, pois suas
canções tocam desde o operário até o patrão, do mendigo ao executivo, da
criança ao velho. Ele é pop, baião, rock, bolero, a fossa, a
irresponsabilidade, a revolução, a anarquia, o medo da chuva, o divino, o
misterioso, a umbanda e o candomblé, Deus e o Diabo. Ou seja, Raul Seixas
é um imortal e mais ainda, continua atual. Daqui a 200 gerações, músicas como “Ouro de Tolo”, “Gita”, “SOS”, “Maluco Beleza”, “Capim Guiné”, “Baby”, “Tu És o MDC da Minha Vida”, “Cowboy Fora Da Lei” e muitas
outras continuarão na mente e na alma de quase todos os brasileiros. Seja com
Paulo Coelho, Cláudio Roberto, Marcelo Nova, Raul é gênio e o dono de uma prosa
dilacerante. A discografia de Raul é muito mais impactante e revolucionária, e
nem se houvessem mil movimentos tropicalistas, Caetano Veloso ou Gilberto Gil
conseguiriam alcançá-lo. O “maluco beleza” não fez nada pensando, ao contrário,
tudo aconteceu, como a magia descrita por ele em tantas canções.
Mas não vou fazer análises música por
música, disco por disco. Raul continua por aí, sendo a mosca, o reclamão, o
cowboy, a lenda e a página mais importante da nossa música no Séc. XX. Talvez, até, de todos os tempos. Enquanto um rádio tocar e alguém clamar
a famosa frase falada em exaustão em qualquer show no Brasil e no mundo, Raul
vai continuar não tendo início, fim, nem meio. Então é melhor berrar: - Toca
Raul!
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