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terça-feira, 21 de junho de 2016

Coisas pra fazer

Muitas coisas pra fazer, coisas que eu nem sei o que são.
Não assisti a todos os filmes de Fellini, Bergman ou Antonioni.
Nem li os livros de Burroughs, Hemingway ou Fante.
Nunca lutei boxe em um ringue por dinheiro.
Muito menos empunhei minha guitarra por promessas de ano novo em janeiro.
Tive medo da psicologia junguiana descobrir que meus sonhos são apenas pó.
Tenho medo que desse pó algum pesadelo surja para encher minha vida de loucura e dor.
Preciso de mais Foucault, Sartre, Nietzsche e Camus em noites de dúvida, sexo ou amor.
Preciso sair da discussão besta  partidária e ir as ruas fazer a verdadeira política.
Quero noites quentes de verão em junho, quando o hemisfério sul congela no mais impiedoso inverno e assim, nu, poder experimentar do seu sexo.
Anseio por menos dores de cabeça, mais alegria, menos tristeza, por qualquer beleza.
Se eu pudesse, seria como Leonard Cohen cantou naquela canção e estaria aqui, pra ser seu homem.
Quando a lua cheia aparece, geralmente não tenho ninguém em meus braços e por isso a detesto.
Mas talvez, com tantas coisas ainda pra fazer, como viajar o mundo a pé e sem nenhum  centavo, uma hora dessas a lua pode ser caridosa comigo.
Pode me trazer o seu suave perfume, um pequeno pedaço de todo o seu sex-appeal.
E como dois velhos bêbados, a espera de não sei o que, nos cruzaremos a cidade.
Assim vamos descobrir mais coisas novas pra encher nossas vidas de alegria, prazer e felicidade, por mais insonsa que ela seja.
Mas enquanto isso é apenas pó, vou anotando no meu caderno em uma lista idiota tudo o que eu quero fazer e não fiz nem sei por que.

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