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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Meu jeito particular de rezar

Quando eu quero orar, não me ajoelho.
Se pretendo rezar, não olho pro céu.
Não frequento igrejas ou cultos de qualquer religião.
Nem tomo passe quando a coisa aperta.
Uma Ave-Maria eu deixo pra outro dia.
Eu não creio em Deus pai todo poderoso,
Mas acredito que o universo às vezes conspira.
Quando vou chorar, não vou correndo pro banheiro,
Muito menos derramo lágrimas na pia.
Uma Hare Krishna gringa me parou na rua outro dia.
Entregou pra mim um livro de mantras.
Era em vão, mas fingi que acreditei.
Quando tô afim de rezar mesmo, prefiro uma canção.
Ligo minha vitrola, ascendo mais um cigarro e ouço o coro.
Sento na minha cadeira de praia, aumento o volume.
Fecho os meus olhos, fico em transe.
Quando tô down e preciso orar,
Não quero ler as mentiras da Bíblia.
Muito menos escutar a voz exagerada de algum falso pregador
Se é necessário manter minha fé no mundo e na vida,
É disso que eu preciso.
Uma boa dose de Jagger & Richards
Com palavras sabias, certa dose de ironia.
Estrofes mágicas, o tipo de linhas  que devem ser lidas e ouvidas.
"Nem sempre você pode ter o que quer,
Nem sempre você  pode ter o que quer,
Mas se tentar mais algumas vezes,
Você encontra o que precisa!".
Esse é meu hino.
Essa é a minha reza.
A ode da minha alma.
O único mantra que sigo.
O haicai perfeito.
O epitáfio que eu tento seguir em vida.
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