Tolos no amor. Eles são tão recorrentes, seja em canções, poesias, romances ou numa péssima novela da televisão. Tolos no amor são vistos em cada esquina, no bar que você bebe a fiado, no supermercado, abastecendo as gôndolas de frutas. Tolos apaixonados estão em todos os cantos, em todas as cidades, talvez até esteja no seu quarto. Às vezes, pela manhã, você veja um deles no espelho ou lá, esquecido no porta-retrato. Não é só em Paris que um bêbado se ajoelha pra sua puta preferida e implora o amor. Não é só na igreja que existem pessoas fazendo promessas pra São Judas Tadeu dar uma forcinha pro coração. Num desses aplicativos de paquera, bem na tela do seu celular, um deles vai estar lá. Até Sam Shepard, um tremendo dramaturgo e poeta, com grandes conquistas, é um tolo no amor e escreveu sobre isso. Olhe em sua baia do escritório e verá pelo menos cinco deles - esse termo baia é tão animal. Mas não vamos perder o foco, afinal, estou disposto a me ajoelhar em sua frente, implorar, chorar, me descabelar, andar pelado no Viaduto do Chá na madrugada, e tudo isso só por uma razão: sou um tolo no amor, como todos os outros, como todos os humanos, e estou aqui somente pra te amar. Seja por míseros minutos na cama de um quarto sujo em um hotel nas redondezas da Amaral Gurgel, onde minha forma de amar sexual encontrará o seu corpo nu e branco, seja em sua cama, onde os gatos soltam pelos durante o sono interminável da tarde. E estou disposto a fazer isso horas e horas, dias e dias, meses e meses, anos e anos. Que banal e repetitivo eu sou. Mas me perdoe, sou apenas mais um tolo no amor.
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